terça-feira, 10 de setembro de 2013

A moeda que gerou uma guerra.


Esqueça qualquer versão oficial sobre a "intervenção" da OTAN na Líbia. Houveram sim suas razões, mas apenas duas são realmente autênticas: O controle do governo (E, porventura, do petróleo) e evitar que uma nova moeda fosse lançada como moeda de troca para negociações com petróleo.
Essa moeda é o Dinar de Ouro. Ela está sendo lançada no mundo islâmico por razões meramente religiosas (para pagamento de tributos como o Zakat), mas Kaddafi, chefe de estado da Líbia, achou que essa moeda teria um potencial maior.
E anunciou que, assim que os dinares ficassem prontos, a Líbia só comercializaria seu petróleo em ouro. Claro, como o ouro é um valor praticamente imutável, seria uma forte ameaça a economias cujas moedas não são lastreadas no ouro, como o Dólar e o Euro. Resultado, tais moedas perderiam valor vertiginosamente, e as economias dos países dependentes dessas moedas não-lastreadas no ouro sofreriam um recesso tão grande que correria risco de ser irrecuperável.
Então, organizaram com uma agência sérvia especialista em revoltas e levantes populares, pra causarem o caos nos países árabes africanos. Surgiu assim a Primavera Árabe, que só não teve maiores estragos no Marrocos e na Argélia, mas sacudiu as bases da Tunísia, do Egito e da Líbia.
Mas, ao migrar da África pro Oriente Médio, a "onda de protestos" parou, não afetando assim os regimes aliados dos EUA.
A Líbia entrou em uma guerra civil, que foi prolongada por mercenários vindos de várias partes do mundo islâmico lutando contra as forças armadas de Kaddafi.
Como Kaddafi estava quase retomando o controle das cidades tomadas pelos rebeldes, os EUA e a Europa, através da OTAN, entraram em ação, e praticamente destruiram o país, de norte a sul. Kaddafi foi encontrado em um bunker, torturado e morto pelos mercenários pagos pelos EUA, e vários de seus familiares também foram mortos. Com isso, estava sepultada a ameaça de se usar o Dinar de Ouro (E o Dirham de Prata) como alternativa ao dólar.
Mas, hoje fiquei sabendo de uma notícia interessante: A China pretende lastrear seus Yuans no Ouro, talvez com a mesma pretensão do Kaddafi.
Vale lembrar, os países do Oriente Médio, em especial os árabes, possuem muito ouro, e muita prata. Isso permitiria ao Oriente Médio adotar a economia relastreada no ouro sem problemas, ao contrário de um país como o Brasil ou mesmo os EUA.

Bombardeio da Líbia à parte, os Dinares de Ouro e os Dirhans de Prata, que possuem peso e teor estabelecidos de acordo com o Alcorão (Dinar de Ouro: 4,25g, 22k [.917] - 1/7 de Onça Troy; Dirham de Prata: 3g, prata pura[.999] - 1/10 de Onça Troy), estão sendo cunhados e usados em cerimônias religiosas que envolvam o uso desses metais (Zakat, dote, contradote, hudud...) . A Malásia, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e até mesmo os EUA já dispõem de Dinares de Ouro e Dirhans de Prata pra vender.


De acordo com as normas islâmicas, uma moeda de 1 Onça Troy (31,1g) possui o valor de 7 Dinares.

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